domingo, 26 de fevereiro de 2017

Efeitos colaterais da Olanzapina


Vejo que não existe drogas psicotrópicas sem efeitos colaterais, o que temos que saber é mensurar o quanto esta sendo positiva a medicação e o quanto ela esta  causando reações adversas.

Estou em uma fase que me considero estabilizado, nunca estive assim em toda minha vida, controle da ansiedade, impulsividade, realmente achei a combinação de remédios ideal, (1500mg Lítio, 10mg Olanzapina, 300mg Bupropiona).  Só que umas espécies de caspas muito grandes surgiram novamente em minha cabeça e o shampoo anteriormente receitado não surtiu efeito, sendo que tive de voltar ao dermatologista, que me receitou outro shampoo que resolveu rapidamente o problema, mas nesse meio tempo tive uma moderada queda de cabelo, fazer oque, esperar crescer novamente.


O problema que me assustou foi quando fiz um exame de sangue e os hormônios da tireoide estavam alterados, só o que faltava, ter que tomar remédio para a tireoide também. O médio pediu que reduzisse a dose da olanzapina pela metade e repetisse o exame de sangue, pois bem, depois de um tempo refiz o exame e a tireoide estava normal, mas agora os triglicerídeos foram para a estratosfera. Marquei um endocrinologista, vamos ver o que ele fala, mas é complicado quando você se adapta a medicação e a medicação esta fazendo efeito, surgirem reações colaterais desse tipo.

domingo, 11 de setembro de 2016

Frases ao léu VII


"... a diferença entre a educação antiga e a nova será muito significativa. Enquanto a antiga promovia uma iniciação, a nova apenas "condiciona". A antiga lidava com os alunos da mesma maneira como os pássaros crescidos lidam com os filhotes quando lhes ensinam a voar; a nova lida com eles mais como o criador de aves lida com os jovens pássaros – fazendo deles alguma coisa com propósitos que os próprios pássaros desconhecem.  Em suma, a educação antiga era uma espécie de propagação – homens transmitindo a humanidade para outros homens; a nova é apenas propaganda."

C. S. Lewis  - A abolição do homem

domingo, 21 de agosto de 2016

A Jornada com os remédios II


Parte I

O surto foi psicótico com ideação suicida e uma bagunça enorme; mistura de estado emocional negativo, rivotril e álcool. Ainda não consigo relatar com detalhes o surto, apenas três amigos sabem com detalhes a historia completa.

Após o surto, fui internado, depois de um dia quando já estava voltando à realidade, me dei conta de onde estava; olhando a situação ao redor, pessoas em estados mentais piores que eu, fiquei com medo de ter que ficar internado por pelo menos dez dias. Sorte que meu pai confia muito em mim, pedi para sair dali já no primeiro dia e aceitou, não imagino como seriam os dez dias que teria que passar lá.

Saindo da internação troquei de psiquiatra, relatando o caso para o novo psiquiatra, ficou claro para mim e para ele que eu tinha transtorno bipolar. Foi me receitado o lítio.

O lítio nos primeiros dias dá uma sensação estranha, da uma embaçada na vista na hora de ler, como que se misturassem as letras e após quarenta  minutos depois de tomado é perceptível à sensação que ele esta fazendo efeito, dá um certo baque na cabeça, já com o passar do tempo esses dois sintomas sumiram. Comecei a sentir os efeitos positivos depois de duas semanas e gradativamente foi melhorando meu estado de humor por quase dois meses.  Quando o humor estava estabilizado começaram outros efeitos colaterais do lítio, saíram espinhas no rosto e nas costas, que foram curadas com uma pomada especifica.  O lítio também deixa a urina bem fedida e causa certo bafo às vezes, mas da forma como estabilizou o humor os efeitos colaterais apesar de parecerem enormes são facilmente controláveis.

Depois de estabilizado com o lítio, restava ainda uma hipomania leve, mas constante e ai entrou a olanzapina. A olanzapina foi ótima já desde o principio, era tomar o comprimido, contar quarenta minutos e dormir, estabilizou como nunca meu sono, comecei a dormir na hora certa coisa que nunca fiz, sempre tive insônia, e o reflexo de uma noite bem dormida no humor é enorme. Além da qualidade do sono a olanzapina zerou aquela hipomania que persistia, hoje estou com o humor controlado como nunca tive.

O único efeito colateral da olamzapina foi que criou umas placas na cabeça, como uma caspa gigante, que também através de um shampoo específico desapareceram rápido.


Assim termina a jornada com os remédios até o dia de hoje.

domingo, 29 de maio de 2016

Querido diário - 29/05/2016


Sábado final de tarde e nada de muito motivador para fazer, normalmente eu leria por horas até o sono chegar, ler sempre foi meu melhor passatempo, viajo sobre os mais diversos assuntos, adestramento de cães, blacksmith, filosofia, religiosos, contos de fadas... Cada época fico bom em algo diferente que logo deixo para trás... Mas hoje, não consegui ler nem dez páginas, estou com uma leve angustia, que não sei o motivo certo e não consigo me concentrar.


Domingo, fui à missa e rezando me lembrei de que há um ano, o que eu pedia eram forças para me livrar de pensamentos como ódio, vingança, raiva com o intuito de assim "desatormentar" minha cabeça que estava com uma ansiedade extrema, ai, hoje percebi que há tempos me livrei desses pensamentos e agora parece que ficou um vazio, um espaço a preencher em minha cabeça, que igualmente me causa ansiedade, só que de forma moderada, suportável, mas ainda assim ansiedade.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Monitorando os humores diarios


Tenho usado o Emoods, um app que  permite cadastrar como foi seu humor no dia (depressão, mania, irritabilidade e ansiedade) e por fim,  gera um gráfico dos humores do mês. Olhando o gráfico dos meus humores do mês atual, vejo que passei o mês sem grandes oscilações de humor.


    

sexta-feira, 22 de abril de 2016

A jornada com os remédios I


Era uma vez, um cara com uma depressão muito forte, depressão essa, que fazia ele sentir-se inferior aos outros; um dia almoçando em um restaurante, ele olhava as pessoas e percebia como elas eram bem sucedidas e felizes, e como ele era fracassado. Ele também estava muito ansioso, sua cabeça não descansava um minuto sequer, chegando ao ponto de ter princípios de pânico. Para terminar, ele também tinha algumas psicoses, relacionadas ao antigo relacionamento e a religião.

Mas ele também tinha virtudes, mesmo não sabendo, em meio a essa terrível depressão, ele tomou a difícil decisão de parar de fumar; foi quando a pneumologista, percebendo que ele estava um pouco deprimido, por mais que ele disfarça-se bem todo o caos que estava sua mente, lhe receitou a bupropiona, que lhe ajudaria a parar de fumar e ajudaria a sanar a depressão. Tomou a bupropiona da forma indicada e no final da segunda semana parou de vez com o cigarro, atitude corajosa, a ansiedade chegou ao estremo suportado, pela falta do cigarro e devido à bupropiona, que causa certa ansiedade no começo do tratamento para só depois agir como ansiolítico, foram dias terríveis, difíceis de descrever, a ansiedade estava presente durante todo o dia, e os problemas ficavam dando voltas e só os pensamento negativos tinham vez, qualquer bater de assas de uma borboleta já era motivo para irritação, pela noite, ia dormir a meia noite com a cabeça a mil e às quatro da manhã já acordar com a cabeça aceleradíssima, pensando nos piores cenários possíveis. Passando o tempo, lá pela quarta semana, a vontade de fumar estava sobre controle, apesar de ainda existir e a bupropiona começou a surtir efeitos positivos; a ansiedade que sempre o acompanhou estava desaparecendo ao ponto dele ficar maravilhado de estar parado no transito e nada da ansiedade o importunar. Foi necessário mais um mês para a depressão começar a diminuir, era possível notar a remissão em coisas simples; tarefas de casa, pensamentos positivos, até o tão falado dia cinzento passou a ensolarado, a depressão levou cerca de três meses para abandona-lo.


Estava tudo maravilhoso, até que um dia ele surtou...  

Parte II

quarta-feira, 30 de março de 2016

Frases ao léu - VI

"Uma grande roseira crescia junto à entrada do jardim; suas flores eram brancas, mas três jardineiros estavam à sua volta, pintando-as de vermelho. Alice achou aquilo curiosíssimo e se aproximou para observá-los... 
..."Poderiam me dizer", perguntou Alice, um pouco tímida, "por que estão pintando essas rosas?" 
O Cinco e o Sete nada responderam, mas olharam para o Dois. Este começou, falando baixo:" Ora, o fato, Senhorita, é que aqui devia ter sido plantada uma roseira de rosas vermelhas, e plantamos uma de rosas brancas por engano; se a Rainha descobrir, todos nós teremos nossas cabeças cortadas. Assim, Senhorita, estamos nos virando como podemos, antes que ela chegue, para...""

Alice – Lewis Carroll